quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

NOTÍCIAS DA UCRÂNIA - 29 DE JANEIRO DE 2014

Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana)

Canadá impôs sanções de visto contra funcionários-chave do governo da Ukraina, devido ao uso da força contra os manifestantes.

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Durante os eventos do final de 2013 - início de 2014 aconteceram as mais extensas violações dos direitos humanos durante a independência ukrainiana. Esta foi a declaração dada numa entrevista coletiva pelo juiz do Tribunal Internacional para ex-Iugoslávia entre 2002-2005, e representante da Ukraina na Comissão do Conselho das Nações Unidas - ONU, dos direitos da pessoa durante dez anos, Volodymyr Vasylenko.
"Mesmo durante a União Soviética, quando toda sociedade esteve sob cruel tutela da KGB, de 1989 até a restauração da independência da Ukraina (24.08.2991) quando aconteciam manifestações e protestos de massa, o regime comunista não aplicou métodos tão agressivos e cruéis contra cidadãos da Ukraina e, portanto, não violou direitos humanos" - explicou Vasylenko.
Ele também declarou que o movimento de protestos na Ukraina durante os recentes eventos realizou-se de acordo com a Constituição da Ukraina e normas internacionais. Por isso resolveu criar uma Comissão para investigar as violações de direitos humanos, para "documentar e tipificar a prática criminosa do governo que originou as violações em massa dos direitos humanos.
Vasylenko acrescentou que a comissão vai "acompanhar as ações do governo, seja qual ele for".
O principal objetivo da Comissão é desenvolver uma estrutura legal que impeça ao máximo as violações dos direitos humanos na Ukraina.
Conforme relatado, no Parlamento Europeu já declararam que o Ocidente, em comum com os ukrainianos, deve investigar todos os crimes contra a humanidade.

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Pela participação nos eventos da rua Hrushevskyi já foram detidos 49 manifestantes.

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Elmar Brok, presidente da Comissão das Relações Exteriores do Parlamento Europeu: "Não há necessidade de negociações sobre anistia - basta libertar as pessoas". Ele fez esta declaração numa conferência de imprensa na representação da UE em Kyiv, nesta quarta-feira.

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Segundo Associação de transportes rodoviários internacionais da Ukraina, Rússia novamente cria barreiras para  exportações ukrainianas. Em 28 de janeiro houve mudanças no controle aduaneiro e desembaraço de mercadorias, que são exportadas da Ukraina para Federação Russa.

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Em quatro dias os voluntários levantaram fundos para prótese do jovem que perdeu o braço durante os conflitos na rua Hrushevskyi. Eles conseguiram 178.768 UAH, sendo que eram necessários de 130.000 a 160.000 UAH. Muitas pessoas também levam sua contribuição diretamente aos pais no hospital.
Um partido político propôs aos pais levar o rapaz à Alemanha, para colocar a prótese mais avançada que simula completamente a mão humana. Toda despesa será financiada pelo Partido.
Pagar as despesas do tratamento também propôs publicamente um empresário de Dnipropetrovsk.
Ajuda à  família também propôs a médica Olga Bohomolets, e outros.
No início Sasha vai usar uma prótese estética. Ele tem 18 anos e está no segundo ano do curso de Construção e Arquitetura da Universidade de Kyiv. Em 19 de janeiro ele, com amigos, foi ver o que estava acontecendo próximo ao Estádio Dínamo (rua Hrushevskyi), Em consequência de uma explosão, perdeu o braço direito.
(Este caso demonstra claramente a bondade do povo ukrainiano. Infelizmente, uma parte pequena, mas economicamente forte, incorporou as barbáries do comunismo e, sob o manto da ganância e hipocrisia mantém a população nos limites da miséria econômica e cultural, inclusive provocando a decadência moral, quando não atenta diretamente contra a vida das pessoas - OK)

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"Nós - os veteranos da guerra do Afeganistão, que dois meses vivemos como escudo vivo do Maidan, protegendo as pessoas e lutando pelos direitos e liberdades de cada cidadão ukrainiano. Em nossas fileiras há simpatizantes de diferentes partidos políticos, mas sabemos por experiência própria, o que é a vida e a morte, sabemos, que em situações críticas, antes de tudo, o importante é a vida humana, não bilhetes partidários".
"Nós representamos diversas regiões ukrainianas, de leste a oeste, do sul ao norte. Nós não queremos viver num país dividido".
"Nós temos objetivo: parar o derramamento de sangue e atos sádicos executados por órgãos policiais e bandidos não identificados aos quais o governo perdoa e protege. Exigimos o encerramento dos processos criminais contra os participantes das manifestações e liberação de todos os presos. Punição a todos os responsáveis pelo espancamento de cidadãos pacíficos".
"Consideramos que o ministro das Relações Internas Vitali Zakharchenko é politicamente responsável pelas ações sádicas de seus subordinados, portanto não tem direito pretender a nenhum cargo e deve ser responsabilizado criminalmente."
Eles, em sua opinião, consideram que tanto o governo quanto a oposição, podem desenvolver um mecanismo para saída da crise, que deve ser transparente e acessível ao público, inclusive aos representantes dos veteranos da guerra do Afeganistão.
"Nós nos comprometemos a acompanhar o processo e garantir as negociações", - diz o comunicado.

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Na reunião do Partido das Regiões, em 28 de janeiro, deputados do grupo de Rinat Akhmetov e Serhii Tihipko recusaram-se ao apoio do cenário de força para resolver a crise na Ukraina. São 78 deputados. O aviso é da deputada sem partido Inna Bohuslovska.  O grupo controlado por Kliuiev (chefe do gabinete do presidente) e mais alguns, tentaram pressionar. Em resposta, o representante do grupo controlado por Akhmetov, Sr. Voropaiev disse que estava encarregado fazer uma declaração em nome de 40 deputados, que eles se recusam a continuar assinando quaisquer documentos e votar quaisquer assuntos sem observação de procedimentos corretos"
Depois o grupo do Tihipko, 38 deputados, também fez esta declaração. (Pena que não adotaram este procedimento anteriormente - OK).

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Na região dos Cárpatos, em Ivano-Frankivsk, seis combatentes da unidade especial "Alfa" do SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) assinaram pedidos para liberação. Isto eles fizeram porque sua chefia queria mandá-los para Kyiv para reprimir as manifestações.

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O governo utiliza todos os métodos para pressionar os cidadãos comuns. Em Rivne destroçaram a fábrica de margarina: destruíram a contabilidade, o caixa, o cofre, a documentação. 
Em Kirovohrad foram aprisionados dez ativistas do Maidan.

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Rússia não vai ajudar Ukraina até que um novo governo seja formado. Esta proposição fez Dmitry Medvedev. Ele disse que os acordos poderão ser cumpridos "somente quando entendermos qual será o curso econômico do novo governo, quem vai trabalhar lá, e quais as regras que serão seguidas. Putin concordou.

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Berkut foi legalizado e permitiram-lhe proteger as corporações. Entre outros a subdivisão tem permissão ao uso de dispositivos especiais, proibição ou restrição temporária ao acesso do público a alguns locais, empresas, etc., para garantir a ordem pública, proteção da vida e saúde, proteção da ordem pública em áreas de estadia temporária dos funcionários, garantia da ordem pública durante atividades comerciais.
A ordem determina o direito dos trabalhadores das forças especiais o uso da força, meios especiais e armas de fogo. As armas de fogo somente poderão ser usadas de acordo com os artigos 12 a 15 da lei "Sobre milícia".

Artigo 12: a arma somente poderá ser usada após aviso, exceto ameaça à vida dos cidadãos ou da milícia, incluindo um ataque em grupo ou armado. Não poderá ser usada às grávidas, idosos, deficientes ou crianças. O uso da força deverá ser aplicado para causar o mínimo de prejuízo ao violador ou pessoas próximas. a polícia deve prestar os primeiros socorros ao violador, o mais rápido possível ( O Berkut já usava de brutalidades, e chegou a matar antes dessa lei. Agora vai matar mais, porque será protegido oficialmente - OK).

Artigo 13: a lei estipula que o Berkut pode usar a força para impedir violações, ações contrárias às exigências da polícia com emprego de força, se outros métodos não derem resultado.

Artigo 14: declara que órgãos especiais podem recorrer ao uso de algemas, cassetetes de borracha, amarras, gás lacrimogêneo, dispositivos de luz e som para desvio de ações, dispositivos para abrir espaços e pontos de ônibus, canhões de água, veículos blindados, cães para: 
- Proteção de cidadãos e própria;
- Cessação de motins e violações grupais de ordem pública;
- Repelir ataques contra prédios, instalações, veículos de transporte, sua libertação em caso de captura;
- Detenção e escolta de pessoas se elas resistem ou podem fugir, ou prejudicar outros ou a si próprios;
- Parar a ocupação de terras e outras ações que podem levar a confrontos, ou ações que paralisem o transporte, meios de vida de assentamentos, paz pública, vida e saúde das pessoas;
- Cessar a resistência policial ou de outras pessoas durante a execução;
- Libertação de reféns.

Artigo 15: prevê o uso da arma de fogo para:
- Proteção de cidadãos de ataques que ameaçam a vida e saúde, libertação de reféns;
- Rechaço de ataques aos trabalhadores da milícia ou membros de suas famílias, se às suas vidas e saúde ameaça perigo;
- Rechaço aos ataques a objetos protegidos, comboios, moradias de cidadãos, espaços públicos e de cidadãos, empresas, sua libertação se capturados;
- Detenção da pessoa pega na prática de crime de fuga ou que ameaça com o uso da arma;
- Parar o transporte, se o motorista representa ameaça para vida e saúde de cidadãos ou policiais. Proíbe-se o uso de armas de fogo se houver grande número de pessoas que podem ser atingidas.

CANÇÃO DE APOIO AO MAIDAN



Tradução: Oksana Kowaltschuk




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