terça-feira, 3 de dezembro de 2013

UCRÂNIA: 03/12/2013

Rádio Svoboda (Rádio Liberdade), 03.12.2013, Kyiv

Os votos no Parlamento não foram suficientes para apoiar o projeto de resolução sobre a falta de confiança no Gabinete Ministerial. Os membros dos partidos da oposição votaram todos, mas são minoria. Um deputado do governo também votou a favor e somente 5 votaram contra. Os demais do partido do governo, bem como os demais partidos, se abstiveram. "Vamos exigir que Yanukovych assine decreto de afastamento do governo e anuncie eleições presidenciais e parlamentares", - disse Yatseniuk


Sob as paredes do Parlamento mais de dez mil manifestantes, e a cada minuto o número aumenta. Entre os manifestantes e o prédio do Parlamento separa o destacamento do Berkut e fileiras do exército. Não há nenhuma manifestação de força.
Os manifestantes gritam: Banda, fora!


Aqui são os apoiantes do governo em manifestação. São mais ou menos 400 pessoas. Mas, nem todos conseguem entrar porque a milícia e Berkut não deixam (Pelo jeito é medo pois sabem  o quanto faltam com respeito ao povo honesto e trabalhador - OK)


Os cinco machucados na rua Bankova estão hospitalizados num hospital especial, onde entra apenas a milícia. A moça que fala no vídeo é namorada de um deles e ela e parentes somente conseguiram saber que o rapaz estava neste local graças a um médico.


Imprensa mundial: Putin procura caos na Ukraina

As influentes publicações ocidentais pedem ao governo Yanukovych e à oposição chegar a um compromisso político. Os diplomatas da UE temem que a supressão do Euromaidan pode ser inevitável. Os especialistas também consideram, que o desenvolvimento da situação em Kyiv vai depender da efetividade das conversações da UE com o governo Yanukovych e da posição da Rússia. Os analistas abertamente alertam que, em caso de avanço do caos na Ukraina e ações inconstitucionais radicais nas ruas "Putin irá intervir na situação cada vez mais". Alguns especialistas não excluem a implantação de tropas russas na Criméia.

The Washington Post adverte - "Ukraina não necessita de mais uma revolução", mas um processo político pacífico, com respeito à Constituição. A publicação esclarece que o presidente Yanukovych, com a não assinatura do Acordo de Associação procurou evitar as sérias medidas de austeridade na economia, que o Ocidente propõe e os empréstimos do FMI, e resolver-se com fácil crédito da Rússia, também com a normalização do comércio com ela, para que isto lhe permitisse reeleger-se em 2015. Por isso o jornal diz que a revolução dos ukrainianos e a destituição de Yanukovych podem apenas produzir um caos de longo prazo. A insistência européia em padrões democráticos pode parecer vazia, e Putin, que considera esses protestos "negócio do ocidente" provavelmente vai começar a intervir mais ativamente. O jornal está convencido, que os protestos devem forçar o governo Yanukovych ao compromisso, anunciar nova data para assinatura do Acordo com UE. E, Bruxelas deve propor uma ajuda econômica a Ukraina, se Kyiv fizer acordo com FMI. The Washington Post aconselha a oposição a se preparar para as eleições em 2015, porque é sobre elas que poderá assegurar a justiça para os ukrainianos.

O influente Financial Times apela à UE punir os culpados pelo massacre dos manifestantes na Ukraina e mostrar ao governo de Kyiv, que Bruxelas congelará os ativos de todos os parceiros da violência contra manifestações pacíficas, e também não dar vistos para os criminosos. O jornal também considera, que a nação mostrou a Yanukovych, que crédito fácil da Rússia ele não receberá. "O compromisso com Moscou, seria uma traição aos princípios da UE, aprovados pela maioria dos ukrainianos". - escreve o jornal.

EUOserver de Bruxelas anuncia que "diplomatas da UE temem a iminente força ofensiva à resistência da nação ukrainiana. Alguns diplomatas não descartam, que as negociações do vice-primeiro-ministro Serhii Arbuzov, o qual espera um crédito de 10 bilhões de Bruxelas, podem conduzir à assinatura do Acordo de Associação com Kyiv já em março. Verdade, outros diplomatas temem deterioração da situação e tentativas do governo Yanukovych suprimir os protestos com força já nos próximos dias, e declarações do governo sobre observância das leis.

Presidente da Polônia, Bronislav Komoroski, escreve Rzeczpospolita, adverte Viktor Yanukovych, para que ele não permita derramamento de sangue

O analista de Kyiv, Volodymyr Fesenko disse à Nezavysimaia Gazeta" de Moscou, que não está descartada a introdução do estado de emergência na Ukraina mas o desenvolvimento dos acontecimentos de força pode levar a uma divisão no Estado da Ukraina e desatar as mãos de Putin para uma atividade militar, primeiramente na  Ukraina.

(Lembro aos senhores leitores, especialmente aos brasileiros: A parte leste e sul da Ukraina caiu sob o domínio russo ainda em 1654. Um artigo recente sobre Holodomor, fala que muitas aldeias ukrainianas ficaram vazias devido às mortes pela fome. Para estas aldeias a União Soviética trouxe populações russas. Também fala que a União Soviética deportava populações ukrainianas para regiões russas, geralmente distantes e, as aldeias ukrainianas, assim despovoadas, povoava com famílias russas. O resultado é este antagonismo entre grande parte de habitantes do leste e sul contra os ukrainianos de raiz. O próprio Yanukovych é do leste da Ukraina e seus antecedentes não eram ukrainianos - OK)

Nenhum comentário:

Postar um comentário