domingo, 15 de dezembro de 2013

APOIO ESTRANGEIRO

Ministros dos Negócios Estrangeiros da Lituânia Linas Linkyavichus

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 14.12.2013
Mustafa Naem, Serhii Leshchenko


Ocidente decidiu tornar-se um escudo vivo para Euromaidan. 
Para Kyiv vem funcionários e políticos europeus e dos EUA. Linkyavichus pretende ficar em Kyiv pelo menos até o final da grande manifestação deste domingo. Também virá o ex-candidato à Presidência dos EUA John McCain.
Linkyavichus e Payyett (embaixador EUA na Ukraina) falaram com a Verdade Ukrainiana sobre a tentativa de esmagar Euromaidan. Eventos considerados sem precedentes na história da diplomacia moderna: por que o governo usou força contra a nação apesar da presença de líderes ocidentais e graças à divulgação pelos canais de informação.

 Linkyavichus encontra-se em Kyiv: "Nós sentimos que é necessário estarmos aqui. Apesar de que nossa presença pouco influi, como mostraram os acontecimentos do dia 10 de dezembro" -  (quando com a presença do comissário da UE Catherine Ashton e vice-secretária do governo dos EUA Victoria Nuland  autoridades tentaram dispersar Euromaidan.

Ministro Linkyavichus, respondendo a perguntas: Vimos tudo ao vivo sobre as tentativas da dispersão do Maidan. Os europeus, inclusive eu, também tentei contactar o Ministro das Relações Exteriores Kozhara, mas não consegui. Falei com ele agora, mas não quero transferir a totalidade de nossa conversa. Eu não posso intrometer-me no debate interno de seu país. Mas, sempre falamos que devemos ouvir as pessoas. 
O que aconteceu no Euromaidan, não se esquecerá, não passará como uma gripe. Algumas informações sempre permanecerão na sociedade. Portanto, ainda não é tarde para assinar o Acordo de Associação. Eu serei claro, às vezes ouvimos sinais contraditórios, por exemplo, o governo anuncia uma pausa na assinatura do Acordo mas no Parlamento continuam os trabalhos sobre esta questão. 
Mas, a maior inverdade, é que a Ukraina é necessário compensar os danos causados por este acordo. No acordo não há nenhum dano. E, não vamos argumentar que a perda surgiu "por causa da assinatura do Acordo de Associação". Se os danos surgem pela ação de outro país (Rússia), então vamos falar que aí está o motivo e não por causa da escolha do caminho europeu. Onde está a lógica? 
 - Eu acredito que Ukraina não irá para União Aduaneira, mas a decisão não é minha, e nós vamos respeitar a decisão ukrainiana. Pessoalmente acho que Ukraina pertence a Europa, e não apenas geograficamente, mas também por outros parâmetros. Eu gostaria que Ukraina pertencesse à Europa em todos os sentidos da palavra. Mas, eu querer não resolve.
O fato de Yanukovych dizer que agora não se deve assinar o Acordo é preocupante. O Acordo é de interesse da Ukraina para sua modernização. Claro, se desejamos ficar estagnados - também é escolha.
Agora os mercados estão virando as costas para Ukraina, cai a confiança não somente das pessoas, também da UE. Mas, pense - alguém faz algo e UE deve pagar por isso? Onde está a lógica? Na Lituânia também passamos por isso. Passamos pelo bloqueio da Rússia, ruas vazias...
O tema sanções para Ukraina surgiu devido aos últimos acontecimentos. A questão da Yulia Tymoshenko é importante, mas não é prioritário. Ela mesma pediu para assinar o Acordo sem considerar a situação dela.

Embaixador dos EUA Jeffrey Payyett: - "Ficamos emocionados com o comedimento e constância da oposição".
Agora ele trabalha para que o governo e a oposição entrem em negociações em vez do confronto.
Ficamos decepcionados com a falta de sinal positivo após a mesa redonda do governo e oposição. Nossa tarefa, agora - estabelecer canais adequados de comunicação entre os líderes políticos do Maidan por um lado e governo por outro.
O dever do presidente Yanukovych  e governo - renovar a confiança. Nós consideramos, que hoje - é obrigação do governo manifestar uma iniciativa séria e demonstrar que a voz da maioria dos cidadãos da Ukraina o governo ouve.
A subsecretária dos EUA, senhora Victória Nuland encontrou-se com o presidente Yanukovych, com os oposicionistas, com Rinat Akhmetov, e outros oligarcas, com a sociedade civil, com o Patriarca Filaret, com empresários, com Viktor Pinchuk e Serhii Tihipko. E, o que me surpreende - há um amplo consenso público quanto ao futuro europeu da Ukraina. A única pergunta é - como as forças políticas incorporarão isto em suas ações e decisões.
 A prioridade dos próximos dias - continuar o processo pacificamente.
 Quem assistiu as ações do dia 11 pela manhã ficou comovido com o comedimento e constância da oposição e isto confirma sua perfeita autoridade moral neste processo.
Nós conclamamos, nas próximas 48 horas, que serão críticas para história do Euromaidan, para que ambos os lados se abstenham de violência. O confronto dos dias anteriores entre manifestantes e forças governamentais não deve repetir-se.

Segundo informações da Ukrainska Pravda, a senhora Nuland tentou influenciar Akhmetov, para que ele, com ajuda de deputados controlados por ele, contribua para solução da crise. Também tratou sobre isto com Viktor Pinchuk que controla três deputados e três canais de TV.
Em seu discurso nesta sexta, em Washington DC, na conferência US - Ukraine Foundation, Nuland relatou sua complicada, mas realista conversa com o presidente Yanukovych. Mas acrescentou que na alta direção do governo ukrainiano e comunidade empresarial tem pessoas que ativamente influenciam Yanukovych, para que ele, finalmente, escolha o caminho certo.
No entanto, nos EUA já muitas vozes propõem medidas mais duras para influenciar o governo da Ukraina. No Senado  dos EUA já há um projeto de resolução que diz: Se houver repetida aplicação de força do governo contra a manifestação pacífica, o Presidente dos EUA e o congresso devem considerar a introdução de sanções pessoais, incluindo restrições de vistos e congelamento de ativos contra os responsáveis. Um dos autores do documento é o senador Chris Murphy, que no próximo final de semana, com John McCain também virá a Kyiv para com sua presença conter o governo ukrainiano da dispersão do Maidan.

Tradução e resumo: Oksana Kowaltschuk
 

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