terça-feira, 24 de setembro de 2013

PRAZO PARA ACORDO DA UCRÂNIA COM A UE PRESSIONA GOVERNO UCRANIANO

A Yanukovych determinaram a data em que, com UE iniciarão os problemas.

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 21.09.2013
 
Se a missão observadora de Cox e Kwasniewski não apresentar um relatório positivo ao Parlamento Europeu até 15 de outubro sobre a questão do acordo de associação da Ukaina "haverá problemas." Isto foi declarado durante a Reunião Anual em Yalta, YES, pelo presidente da Comissão do Parlamento Europeu das Relações Exteriores, Elmar Brock.

Durante o painel de discussão com o Ministro dos Negócios Estrangeiros Kozhara novamente Brock chamou a atenção para a importância de abordar "a questão Tymoshenko". Segundo ele, o Parlamento Europeu irá emitir sua decisão sobre o acordo da UE com Ukraina depois de ouvir o relatório da missão do ex-presidente do Parlamento Europeu Pat Cox e ex-presidente polonês Aleksandr Kwasniewski.

"Nós dissemos desde o início - nós devemos atender a todos os requisitos. Uma questão - justiça seletiva no caso de Yulia Tymoshenko. Se o senhor Cox e o senhor Kwasniewski não puderem comunicar positivamente até 15 de outubro, nós teremos um problema" - disse Brock.

Segundo o ministro das questões do exterior da Polônia a questão de Tymoshenko é grande demais para ser ignorada, nos foram dadas premissas - é uma questão de confiança. Este é um teste à credibilidade e qualidade da liderança da Ukraina", diz o ministro polonês.

No final da Reunião Kwasniewski insistiu no tratamento da Tymoshenko no exterior. "Tymoshenko está doente. Ela precisa de uma cirurgia, depois terapia, depois reabilitação. Nós esperamos que ela irá para o exterior, acrescentando que ela não confia nas instituições ukrainianas, e esperamos que o governo ukrainiano vai aceitar essa proposição que já está pronta a vários meses, acrescentou Kwasniewski.

Sobre a relação com a Rússia, após Ukraina tornar-se membro associado da UE: "Não se preocupem, suas relações com a Rússia irão melhorar e não piorar, profetizou Kwasniewski. Como o lema e compreensão de sua situação deve ser a frase do cinema soviético - "Nem um passo para trás, atrás Moscou!", - meio brincando acrescentou o ex-presidente da Polônia. Todos os presentes riram e aplaudiram com arrebatadas palmas.

Yanukovych em Yalta: última parada antes de Vilnius

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 22.09.2013
Serhii Leshchenko


O evento chave em Yalta-2013 foi uma discussão que ocorreu durante o discurso de Yanukovych com a presidente da Lituânia Dalia Grybauskaite, que levou para Yalta apenas dois guardas - no modo da economia do país. Yanukovych que era guardado por dezenas, se não centenas de civis, não traiu seu costume - ele conseguiu na presença da Grybauskaite errar seu nome.

- Estou contente que o meu parceiro hoje é um amigo de longa data da Ukraina, presidente da Lituânia Dalia Hriskaute - declarou. Mas, por outro lado, pela primeira vez em todoos os anos de reuniões em Yalta Yanukovych se atreveu falar sem cola ou ponto (como no teatro). Ele falou sem eloquência, mas calmo - e, finalmente - aquilo, que dele desejavam ouvir em Yalta já a muitos anos: Yanukovych anunciou que o Acordo de Associação com UE é cenário sem alternativa para Ukraina. Falando sem assoprador, de vez em quando agradava a audiência com metáforas.
- Ukraina percorre o caminho da eurointegração com confiança. Mas Ukraina encontra-se entre dois grandes monstros - UE e Rússia. Nós sentimos isto todos os dias...

Após esta alegoria aos monstros a líder do Báltico falou que a opção européia é estratégica para Ukraina, que ainda há tarefas específicas para serem realizadas pela Ukraina, que devem ser criadas salvaguardas para eleições justas na Ukraina, e desejou que Ukraina tenha forças contra a pressão de terceiros.

E então aconteceu o inesperado. Pela primeira vez desde 2004 o debate teve olhos nos olhos com seus adversários, anteriormente era previamente acordado.

 
Foto: Poroshenko (o rei do chocolate) e Klychko (ex-boxeador e pré-candidato a presidência em 2015).

Primeiramente a palavra foi dada a Klychko que, inesperadamente convocou Yanukovych... a demitir-se no caso da não assinatura do Acordo de Associação:
- É interessante ouvir que a situação está melhorando. Eu tenho a impressão de que estamos a falar de dois países independentes, - declarou Klychko. - Se nós não assinarmos o acordo, o senhor estaria pronto, neste caso, demitir-se?

Yanukovych sorriu e, em seguida respondeu ao ex-boxeador.

- Nós somos pessoas um pouco diferentes. Você é um homem relativamente jovem. Eu sei e você sabe, o que é levar um soco. Golpe, hein?

- Eu desafiei golpes em minha vida muitas vezes. Eu não diria tão enfaticamente como o senhor. Nós, quando realizamos reformas, tentamos reparar a velha casa. Pintamos, branqueamos ela... E vimos que não muda nada. Precisa fazer uma reforma capital. E se não tivéssemos começado em 2010, hoje não haveria esta conferência, tal como ela é.  Este é certamente um mérito da oposição - porque o senhor é apoiado por parte da sociedade. Mas o destino de responsabilidade comigo carrega também o senhor.

Em seguida chegou a vez de Yatseniuk (lider do partido Pátria). Ele anunciou a todo país que, por enquanto não está em guerra com o adversário e pediu, pela Ukraina, para cumprir um dos critérios necessários para assinatura do Acordo - parar com as perseguições políticas e libertar Yulia Tymoshenko.

Esta chamada também não tirou o equilíbrio de Yanukovych - ele estava preparado para perguntas sobre a prisioneira de Kharkiv. Portanto, em resposta voaram as acusações sobre as perdas dos contratos de gás.

- Repito novamente para aqueles que não me ouviram - pagamos mais pelo gás que a Europa, cerca de 150 dólares. São consequências vergonhosas do acordo de 2009...

Yanukovych mencionou dois políticos - ex-presidente da Polônia Kwasniewski e o ex-presidente Cox - que durante o último ano e meio estiveram na Ukraina por mais de 20 vezes, em busca de uma saída para a questão Tymoshenko. - Eu sou muito grato a eles - disse Yanukovych.  - Temos tempo ainda e vamos trabalhar de acordo com o plano que existe. Por enquanto nós não dissemos nem "sim", nem "não". A resposta deve estar no plano legal.

 
Foto: Yatseniuk, em pé

Nova discussão iniciou a presidente da Lituânia que afirmou pagar mais caro pelo gás que Ukraina. O preço do gás para Lituânia inclui outros índices: outra procedência, trânsito diferente... não cabe a comparação.

Pressionar Yanukovych com a questão Tymoshenko assumiu Lutsenko. A situação apresentou-se incomum - era um diálogo do verdugo de ontem contra a vítima.

 
 Lutsenko (centro)
- Segundo seus poderes, não há limites para perdoar quaisquer cidadão da Ukraina, além daqueles, que o senhor mesmo estabelece, - dirigiu-se Lutsenko a Yanukovych. - Eu sou um precedente de que, o senhor teve sabedoria de parar o experimento sobre mim. Neste edifício histórico eu lhe exorto, Viktor Yanukovych, pessoa que não tem medo de Putin, não deve ter medo de Yulia Tymoshenko. Aplausos interromperam Lutsenko, mas ele ainda não havia dito tudo - ele passou para assunto "pessoal" com Yanukovych.

- Eu me permito como duas vezes condenado propor ao senhor - simplesmente pegar uma caneta - e assinar a decisão que dará 100% de garantias para vitória em Vilnius.

Yanukovych esforçou-se para mostrar generosidade. - Yurii Vitaliovych, eu estou feliz em vê-lo antes de tudo. Não tenho quaisquer reservas por estar com o senhor no mesmo local, mantendo uma conversa. Estou feliz, que o senhor esteja aqui e que lhe vejo. 
Mas os argumentos de Lutsenko ele não aceitou.

- Sente-se, por favor. Eu, desde o início, dizia a todos envolvidos no seu caso, eu dizia que era bobagem... Eu era totalmente contra a sua prisão. Mas aconteceu o que aconteceu. Por isso não são corretas as comparações de sua questão com a questão de Tymoshenko.

- Não cor-re-tas! O senhor trabalhou na aplicação da lei, compreende isto muito bem. É preciso dar resposta às questões que encontram-se nos tribunais. A resposta pode dar apenas o tribunal, ou uma decisão voluntária de Tymoshenko.
O que Yanukovych tinha em mente ele não explicou. Possivelmente, reconhecimento por Tymoshenko de sua culpa na questão do UES (Único Sistema Energético da Ukraina) - ou pedido de clemência.

- Portanto, a resposta a esta questão reside no compromisso ou resposta com participação de Tymoshenko, - dizia Yanukovych confuso. - Tribunal e Tymoshenko podem, muito rapidamente, responder a esta questão.

Ilustração de como funciona a política na Ukraina, foi a cena, de como após este encontro Leonid Kozhara esforçava-se para questionar a Bildt (ministro das Relações Externas da Suécia), o que realmente lhes prometeu Yanukovych. Isto é, o ministro esforçava-se para conhecer a posição de seu presidente... de seu contraparte nas negociações.

A impressão geral com que os europeus deixaram Ukraina - Yanukovych não tomará qualquer decisão sobre Tymoshenko até o último momento. Possivelmente, sobre a libertação poderá anunciar diretamente da Cimeira de Vilnius. Grandes, mas infrutíferas esperanças ele coloca na mudança da retórica da Alemanha após as eleições para o Bundestag. O principal interesse dele hoje - são garantias de não retorno da Tymoshenko a Ukraina - após o tratamento na Alemanha e na véspera da eleição presidencial. E se ele tiver um centésimo de chance assinar o Acordo de Associação sem libertar Tymoshenko - ele o aproveitará. Possivelmente até, sacrificando a própria associação. Pelo menos, o cenário da não assinatura do Acordo Yanukovych também comentava em Yalta.

Reunião: "Estratégia Européia de Yalta" foi elaborada  com o apoio da Fundação de Viktor Pinchuk.
(Viktor Pinchuk é um oligarca, genro do ex-presidente Kuchma. Reuniões anuais. OK)

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: A.Oliynik

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