domingo, 24 de março de 2013

PROTESTOS POLÍTICOS NA UCRÂNIA

Arsenii Yatseniuk: Nenhum de nós nunca, em nenhuma circunstância ganhará a eleição presidencial sozinho.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 18.03.2013
Mustafa Naiem

Sábado terminou a primeira onda de protestos da oposição, "Levanta-te Ukraina!", que aconteceu em Vinnytsia, Uzhgorod e Lviv. Os oposicionistas tendem a comparar "Levanta-te Ukraina!" com ações de protesto às vésperas das eleições de 2002, que também iniciaram dois anos antes das eleições presidenciais. No entanto, a diferença entre esses dois eventos é óbvia. Onze anos atrás, a oposição tinha um objetivo concreto - eleições parlamentares.

Hoje as ações da oposição parecem mais espontâneas e estão acontecendo sem o anúncio da meta final. O único assunto - grande evento final em Kyiv, no Dia da Europa, que será culminante dos eventos nas regiões.

Reação da Banková (Governo)

É significativo que aos protestos nas regiões colocam-se não apenas os oposicionistas, mas também o governo. Oficialmente, o governo classifica-as de pouca importância e marginalidade mas, em contrapartida, ativamente colocou em ação diversos instrumentos de provocação. Em todos os protestos atrás dos líderes da oposição vêm figuras de arruaceiros do bando de Volodymyr Petrov - Oleksii Durneiev e companhia. Ironia do destino, Petrov que agora trabalha ativamente com os tecnólogos da Banková, ainda nas últimas eleições presidenciais se aconselhava, por algum tempo com A. Yatseniuk (Apenas ele descobriu que o governo, dono do dinheiro, paga melhor - OK).

Hoje o objetivo do grupo de ativistas da Banková - de alguma maneira provocar os líderes da oposição para pronunciamentos ou ações que, em seguida tornam-se temas de notícias da televisão, no canal de Serhii Liovochkin, de Dmytró Firtash e de Ihor Kolomoiskyi (Os governistas são donos dos canais de televisão. Apenas um canal está no comando de um oposicionista - OK).

Yatseniuk está seguro que as manifestações realizadas ultrapassam as expectativas. Vinnytsia nunca se destacou como revolucionária, então próximo de dez mil participantes é muito significativo. Foram apenas três dias de notificações às pessoas e o governo distribuiu a desinformação (se passando pela oposição) dizendo que o evento foi adiado.  Uzhgorod estava coberto pela neve. As estradas praticamente intransitáveis. Nós tivemoso dificuldades para chegar até lá, pensamos que viriam umas 100 - 200 pessoas, mas vieram três mil. 


 Марш Вставай, Україно! в Ужгороді   
 
A Lviv, devido a difícil situação nas estradas esburacadas muitas pessoas das regiões próximas, montanhosas, tiveram dificuldades na vinda, ou não vieram. Mas vieram aproximadamente 10 mil.


 

Sendo franco, direi que a decisão para realizar as manifestações foi espontânea. Mas, agora eu entendo, que politicamente foi correto e em tempo certo. Nós sentimos que apenas as ações parlamentares não resolverão o problema. O entendimento que precisamos unir os meios de luta parlamentares com extra-parlamentares nós tínhamos há muito tempo.

O governo desafiou: prisão política de Y. Tymoshenko e Yurii Lutsenko, mudança na Constituição, incríveis poderes presidenciais, fraude nas eleições locais, roubo nas eleições parlamentares, incluíndo Serhii Vlasenko, corrupção ilimitada, completo monopólio político e econômico, destruição do judiciário. Qual será a próxima ação do governo?  Chegou a hora para sair às ruas.

O principal é que as pessoas superem o medo. Elas têm medo que virá a milícia, o Ministério Público e cada um senta-se e pensa que aguentando mais dois anos, alguma coisa muda.  "Tomara que não fique pior", muitos dizem. Este é o formato do "pântano" que Yanukovych desenha para si.

Claro que não podemos com uma ação mudar tudo no país. Mas com a combinação dos esforços da rua e do parlamento nós poderemos reverter a situação - o governo começará nos temer. Este regime tem medo apenas das pessoas. Este medo pânico vem desde 2004. Da oposição eles não têm medo.

Se nós não começarmos as ações agora, não haverá nenhuma eleição em 2015, apenas nomeação do presidente. Nós lutamos pelas eleições, pela demissão do presidente, compreendendo a complexidade da questão. Nós não podemos dar a Yanukovych a oportunidade de roubar a vitória em 2015, como ele fez em circunscrições majoritárias nas últimas eleições parlamentares.

Nossa ação vai durar dois meses. Durante esse tempo realizar-se-ão encontros com diversos grupos - jornalistas, pequenos e médios empresários (Os grandes estão todos do lado do governo - OK). O ponto culminante será a ação em Kyiv, em 18 de maio, Dia da Europa.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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