segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

UCRANIANOS NO EXÍLIO

Ukrainianos no exílio devido a perseguição política
Excertos de várias publicações dos jornais Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana) e Tyzhden (Semana).


Andrii Shkil
 
Ex-deputado encontra-se na República Checa para onde viajou logo após as eleições parlamentares na Ukraina, por não ter sido eleito e perdido a imunidade parlamentar. Contra ele há uma questão desde 2001, e que foi reaberta recentemente. Shkil foi acusado pela organização de protestos, ação chamada "Ukraina sem Kuchma". Kuchma foi presidente da Ukraina de 10.07.1994 a 23.01.2005.
Kuchma, filho de aldeões, pai falecido na II Guerra Mundial, mãe trabalhadora de fazenda coletiva, formou-se engenheiro mecânico pela Faculdade de Dnipropetrovsk na especialidade de foguetes. Casou-se com a filha do principal tecnólogo da fábrica de máquinas da região sul e futuro ministro de construção de máquinas da União Soviética. O casamento influenciou favoravelmente sua carreira. Ocupou cargos importantes como engenheiro construtor, inclusive foi secretário do partido comunista da maior fábrica do exército, de foguetes cósmicos e produção civil na União Soviética. (A triste constatação é que a nação ukrainiana não consegue eleger para presidente, uma pessoa que tenha se destacado pelas ações que levariam Ukraina à verdadeira independência da Rússia, que seja mais patriótica e não subserviente ao regime soviético. Candidatos mais promissores, distanciados do "irmão maior" já houveram. - OK).
A ação "Ukraina sem Kuchma" teve início com o desaparecimento do jornalista de oposição Hryhorii Gongadze e de cuja morte houve desconfiança, quanto aos mandantes, um dos quais, ou o principal, seria o presidente Kuchma. Recentemente o assassino do jornalista, que ficou escondido por dez anos, foi julgado e condenado à prisão perpétua, mas, na opinião de muitos a justiça ainda não foi feita completamente. Inclusive o assassino, ex-general Pukach, condenado, disse que não se importaria com a sentença desde que com ele estivessem na prisão o ex-presidente Kuchma e o deputado Volodymyr Lytvyn.

Bohdan Danylyshyn

Богдан Данилишин 









Economista. Ministro de Economia no governo da Yulia Tymoshenko recebeu asilo na República Cheka. Em 11.08.2010 foi emitida busca nacional e internacional contra Danylyshyn. A acusação é por ele ter causado prejuízo de 4,5 milhões de UAH ao país com a concordância na contratação de compras de uma única fonte, para o Aeroporto de Boryspil.

Oleksandr Tymoshenko












Marido da Yulia Tymoshenko. No início de 2012 pediu asilo na República Cheka. Segundo ele, saiu da Ukraina para que sua esposa não fosse pressionada por sua causa.


Valerii Ivashchenko

 
Ex-ministro temporário da Defesa, no governo da Yulia Tymoshenko, conseguiu asilo político na Dinamarca, no âmbito da Convenção das Nações Unidas. Um pedido de asilo na Dinamarca, às vezes, demora anos. No caso de Ivashchenko o problema foi resolvido rapidamente, o que pode significar como sinal de desconfiança nas garantias de Kyiv quanto à ausência do subtexto político no processo contra membros do governo Tymoshenko.
Ivashchenko serviu no Exército e envolvia-se com testes balísticos intercontinentais soviéticos. Tinha patente de oficial das Forças Armadas da URSS e em seguida da Ukraina independente. Nunca foi político. Mesmo no ministério ocupava-se principalmente com questões de gestão, desenvolvimento de armas e tecnologias, reforma de estruturas, combate à corrupção e desenvolvimento da cooperação internacional.
Mas, dois anos de tribunais deixaram-no surpreendentemente politizado (segundo declarações dadas na entrevista ao repórter dinamarquês Johannes Andersen Vamberh). "Eu amo, respeito e aprecio o meu país e meus conterrâneos. Mas odeio os vilões que agora governam o país". Ele conclama as pessoas para "ajudar um ao outro levantar-se! Juntos lutar com o comportamento dos bandidos no poder..."
"No início (da prisão) os procuradores me pediam provas que comprometeriam Tymoshenko e Turchynov (deputado e lider do partido Pátria). Eu deveria afirmar que eles me deram ordens ilegais. Mas isto não existiu, portanto eu não poderia fazê-lo. Eu sou uma pessoa de honra".
Ivashchenko diz que foi preso devido a vingança do ex-vice-ministro da Defesa Ihor Montrezer, a quem ele afastou do cargo por causa da corrupção. Quando Yanukovych assumiu, a vingança efetivou-se.
Ele ficou preso por dois dos cinco anos a que foi condenado. Esteve muito doente na prisão. Felizmente está quase recuperado. Foi considerado culpado pela aprovação considerada ilegal de reestruturação de navio que pertencia ao Ministério de Defesa. O Tribunal de Recurso mitigou a sentença para liberdade condicional e ele foi libertado.
"Talvez eu devesse ficar no meu país e lutar, mas tenho família. E, já recomeçou a perseguição, me propuseram acordo: retirar a cassação ao Supremo Tribunal - "e nós não te incomodaremos". "Eu recusei. Concordar significava aceitar a sentença". Mas, mesmo se Ivashchenko aceitasse, os promotores manteriam a espada de Dâmocles sobre ele. Ivashchenko não teve outra saída, a perseguição retornou, a apreciação do recurso está marcada para março.

Arsen Avakov

 
Político de Kharkiv. Sua história se tornou um dos maiores fracassos na política externa do atual governo. Ele foi acusado de apropriar-se de alguns hectares de terra. Avakov viajou para Itália. As autoridades italianas recusaram-se mantê-lo sob custódia e o Tribunal de Recursoos de Roma rejeitou extraditá-lo.
Avakov concorreu às últimas eleições parlamentares na Ukraina, pela quota do Partido Pátria (pelo sistema de eleições o partido elege um número de deputados pela quota; os que não entram na relação podem concorrer independentemente - OK). Avakov foi eleito e voltou para Ukraina já com imunidade parlamentar. À pergunta se votaria pela perda da imunidade parlamentar disse que não, porque na situação atual da Ukraina isto levaria até os deputados da situação perder o direito de discordar, minimamente, do governo. Porque a democracia na Ukraina existe apenas nos discursos dos governistas.
A perseguição a Avakov coincidiu com a decisão de enviar Yulia Tymoshenko à prisão de Kharkiv.

Mykola Koszushko
 
Presidente da organização comunitária infantil da Província de Dnipropetrovsk "Human Rights" pede asilo político na Bielorússia ou Rússia. Ele anunciou isto em 08.02.2013 em Minsk. "Eu fui forçado deixar Ukraina depois que começaram as reais ameaças para minha vida. Eu me preocupava com a distribuição ilegal da habitação para os órfãos, que foi transferida para parentes de funcionários públicos. Enviei correspondência a diversos órgãos estatais, inclusive apelei ao presidente da Ukraina.
Segundo ele, os funcionários e representantes das estruturas de forças de Dnipropetrovsk o ameaçavam com danos físicos e legais. Também ameaçavam outros membros da organização.
Ele chegou à Rússia em 10.01.2013, e 10 dias depois, ao receber ameaças telefônicas, foi para Bielorussia. Em 08.02.2013 enviou pedido de asilo ao presidente Lukashenko. O mesmo pedido havia enviado ao presidente Putin.
O serviço de migração da Bielorússia resolve estas questões no período de três meses a um ano.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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