sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

TESTEMUNHA "SECRETA" DEPÕE CONTRA TYMOSHENKO

Testemunha "secreta" depõe contra Tymoshenko - Notícias de Lutsenko
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 13 - 15.02.2013

No dia 13 de fevereiro a testemunha secreta na questão do assassinato de Yevhen Shcherban depõe contra Tymoshenko. Yulia Tymoshenko não estava presente no tribunal. Segundo os governistas ela recusou-se comparecer. Vlasenko, seu advogado, afirmou que esteve com Tymoshenko no dia anterior e ela declarou que iria ao tribunal e que aguardava que viessem buscá-la. (Tymoshenko cumpre pena mas encontra-se no hospital para tratamento da saúde).

Houve bate-boca entre a juiza e advogado apoiado pelos deputados da oposição. A situação normalizou-se com a chegada de um destacamento da milícia "Berkut" que retirou os deputados da sala do tribunal. O julgamento é para estabelecer se Tymoshenko teve ou não participação no assassinato de Yevhen Shcherban, que foi assassinado em 03.11.1996 no aeroporto da cidade de Donetsk, juntamente com sua esposa, mecânico de bordo, técnico de avião e inspetor alfandegárioo do aérodoromo. O assassinato foi realizado por criminosos do bando de Vadym Bolotskykh e Hennadi Zanhelidi.

A primeira testemunha, Ihor Marinkov afirmou que conhecia os líderes da gangue que eliminou Shcherban - Oleksandr Milchenko, vulgo Marujo e Yevhen Kushnir.

Ihor Marinkov é uma testemunha enigmática. Parece que nos anos noventa ocupava-se com negócios consideráveis - utilizava-se de "Mercedes", dispunha de proteção policial, alugava três apartamentos no melhor hotel da época (que frequentemente emprestava a membros da gangue), mas a família transferiu para Bratislava. Não foi encontrada nenhuma menção de tão importante empresário.

Marinkov afirmou que tinha relações confiáveis com os bandidos que discutiam, em sua presença, os assassinatos encomendados de deputados e auxiliares do presidente, mas também mantinha relações com a segunda pessoa do Ministério do Interior Eduard Fere. Com Lazarenko e Tymoshenko ele não era familiar. Porém, ele afirma que viu o encontro de Tymoshenko com Milchenko e Kushnir, mas sobre isto não há nenhuma palavra nas confissões de uma década atrás.

No seu depoimento Marinkov fala sobre suas relações com os membros do bando e que, através de Kushnir soube que eles (o bando) receberiam benefícios de Lazarenko e Tymoshenko. Que Tymoshenko resolveria todos os problemas no plano material, que teriam seus próprios negócios e solução de todas as questões. Então ele, Marinkov, sabendo que estas pessoas não se ocupavam de nenhum trabalho, depois de algum tempo compreendeu que deveria tratar-se de encomendas de assassinatos. E que suas palavras podem confirmar Serdiuk, Dziúba, Lobkov, em parte Kotliarevskyi, Denisov, Bolotskykh. "Eu não inventei nada e não recuso o meu testemunho anterior de 21.01.1999. Eu disse o mesmo que anteriormente. O único ponto é que não havia mencionado o nome Tymoshenko - porque para mim, Tymoshenko e Lazarenko era um todo. Muitos episódios que eu relatei, foram ignorados na investigação de 1999. Mas agora eu entendo, com certeza alguém (Tymoshenko) bebia chá na administração presidencial.

Sexta-feira, 15.02.2013. Dia de nova testemunha do assassinato de Yevhen Shcherban. De todo o processo de Yulia Tymoshenko o questionamento público parece pouco lucrativo para acusação. Revela táticas de investigação e permite aos advogados demonstrar publicamente testemunhas despreparadas.

A vantagem de questionamento público de testemunhas pode influir na formação da opinião pública. Além disso, o questionamento público pode influir no depoimento das testemunhas ainda não interrogadas - o que, obviamente, pode distorcer os fatos reais.

Mas, há um outro aspecto. O interrogatório ocorre na véspera da Cimeira UE - Ukraina, no dia 25 de fevereiro. A Bruxelas Viktor Yanukovych poderá ir com dois trunfos: provas irrefutáveis da culpa de Yulia Tymoshenko na organização do assassinato e... libertação de Yuri Lutsenko.

Circulou a notícia, proveniente de deputados do Partido das Regiões (governo) que Lutsenko deveria solicitar indulto, ao que ele não cansa de declarar: Eu sou prisioneiro político, e eu não tenho porque pedir indulto ao presidente Viktor Yanukovych.

Declaração de Lutsenko
Sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013.

"Eu - não sou criminoso, eu - sou prisioneiro político e eu não tenho motivo para pedir perdão. Do ponto de vista político, isto é ainda mais óbvio. Há coisas mais importantes até que a liberdade. Eu não posso admitir humilhação do Maidan (Referência a Revolução Laranja) e oposição democrática ukrainiana", - declarou ele, conforme o servilo de imprensa da "Autodefesa Popular".

"Minha recusa em pedir perdão a Yanukovych - é o meu modo de resistência ao mal. Assim eu entendo meu dever diante da Pátria e correligionários", - acrescentou

Referindo-se a carta pública que apareceu na imprensa, com assinaturas pedindo minha libertação devido a problemas de saúde, Lutsenko declarou
"Antes de tudo, é muito agradável saber, que a questão da minha saúde, exigência de minha libertação uniu muitas, extremamente respeitadas por mim pessoas".
"Sei também que em torno desta carta houve discussão se valia a pena ou não, dirigir-se a Yanukovych. Concordo com a lógica daqueles, incluindo os meus amigos, que consideram inaceitáveis as conversações com terroristas políticos. Ao mesmo tempo, eu gostaria de agradecer a todos que não ficaram indiferentes à situação de prisioneiros políticos, quem demonstra de uma forma ou de outra preocupação e solidariedade", - acrescentou ele.

Lutsenko também afirmou, novamente, que está convencido em sua vitória no Tribunal Europeu.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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