terça-feira, 1 de maio de 2012

YULIA e LUTSENKO: POLÍTICA E SAÚDE

Yulia e Yurii - privados de atendimento médico
O julgamento da Tymoshenko cercado por fãs e inimigos

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 19.04.2012

Hoje teve início, no Tribunal de Kharkiv, o julgamento de Y. Tymoshenko, na questão da UESU (United Energy Sistems da Ukrânia), empresa de energia no período de 1995-2009. Nos anos de 1995-1996 esta empresa foi o maior importador de gás natural para Ukraina (da Rússia e Ásia Central). Nesse período Tymoshenko foi presidente da empresa. Sua sede localizava-se em Dnipropetrovsk e Kyiv.

Tymoshenko é acusada por má gestão financeira, especificamente no desvio de fundos da Corporação, através de supostamente ilegal indenização do IVA em 1997-1998. Ela não esteve presente no tribunal devido a questões da saúde.

Em frente ao tribunal realizaram-se comícios, de fãs e opositores. Na sala do tribunal encontrava-se presente o embaixador francês de Direitos Humanos François Zimere. Bem como vários deputados do Partido das Regiões (do Governo). Segundo o advogado Vlasenko, os deputados estavam ocupando lugares, para não haver espaço aos simpatizantes da Tymoshenko. A sala comporta, no máximo 200 pessoas. Estes deputados já encontravam-se na sala quando a porta foi aberta. "Parece que alguns deputados são brancos e outros pretos", - disse Vlasenko. Também no corredor interno, de acesso à sala do tribunal já esperavam cerca de 50 pessoas, quando a porta principal, de entrada, foi aberta.

O tribunal proibiu fotos, filmes e transmissão sobre os trabalhos durante as sessões. Com esta decisão o juiz assegura que não compromete o princípio do julgamento aberto. Esta decisão vai operar em todo o processo.

Opinião do médico alemão

O médico Karl Max Aynhoupl, em entrevista à "Rossiyskaya Gazeta" (Gazeta Russa) disse que as dores da Tymoshenko são de natureza psicossomática.

Ele observou que os detalhes da condição da paciente não serão compartilhados.

"Eu posso lhe afirmar, com toda certeza: ela está doente. Ela tem uma hérnia vertebral que causa dor severa. Ela quase não consegue se locomover e é obrigada a permanecer deitada", - disse Aynhoupl. "A gravidade depende de que forma a coluna pressiona os terminais nervosos. A dor da Tymoshenko é fortemente influenciada também pelo medo. Qualquer dor tem no início o componente psicossomático. A situação pouco difere, ela sente mais medo que um prisioneiro normal", - concluiu o médico.

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 21.04.2012

O médico alemão Karl Max Aynhoupl esteve na Ukraina. Ele visitou o hospital Nº5 da "Estrada de Ferro Ukraina", onde o governo pretende fazer o tratamento da saúde da Tymoshenko. Ele afirmou em seu relatório, que aí o tratamento não será bem sucedido. Ele reconhece que o governo ukrainiano fez grandes esforços para criar melhores condições possíveis para tratamento e reabilitação. No entanto, dados os problemas especiais da Tymoshenko, bem como sua história pessoal, não parece provável que haverá uma terapia bem sucedida. O médico também afirma que o hospital não possui todas disciplinas profissionais que são necessárias no contexto de uma reabilitação integral de síndromes crônicas, dolorosas e complicações da doença.

Os médicos não obtiveram resposta sobre o futuro especial para tratamento da doença, em particular sobre o processo crônico. E, também não foi apresentado a eles o nível psicossomático de tratamento, o qual tem importância central em estados de dor crônica.

"Parece altamente improvável, que o hospital em Kharkiv pode criar o absolutamente necessário no tratamento de dor crônica, a confiança entre paciente e terapeutas", - disse Aynhoupl.

O relatório de outro médico alemão, PhD, diretor do Centro Cirúrgico músculo-esquelético Norbert P. Haas considera que não foi apresentado o equipamento necessário para realização de multimodais concepções terapêuticas, com comandos para terapeutas, de várias especializações e vários anos de experiência.

"Em que medida, em Kharkiv há, realmente qualificados médicos, capazes de realizar o esquema de tratamento acima, em uma rápida visita, não é possível constatar. Avaliação mais substancial poderia ser feita com a participação dos especialistas de diferentes grupos profissionais, no tratamento global por pelo menos 2 - 3 semanas", - diz o relatório do médico.

O serviço de imprensa do partido "Batkivshchyna" (Pátria) declara que publicou as conslusões dos médicos, "para evitar especulações e insunuações, as quais já começaram ao lado do governo. E, para isto temos permissão especial da Tymoshenko. As conclusões foram publicadas na íntegra, exceto para questões diretamente relacionadas com a indicação de diagnósticos.

Neste sábado, Tymoshenko foi levada ao hospital, sem seu consentimento. Antes ela pretendia ouvir a opinião de seus advogados. No hospital ela recusa-se ao exame médico.

"Ela não deu autorização por escrito. Ela foi levada ontem, de noite (Isso lembra a União Soviética quando vinham à noite para aprisionar as pessoas - OK) para tratamento hospitalar, de acordo com a lei. Nós não precisamos autorização por escrito para tratamento de prisioneiros no hospital", - disse Barash, o novo diretor da Colônia de Kharkiv, Barash, disse que Tymoshenko concordou na presença de funcionários e membros da comissão médica (Tem razão a defesa quando diz que do lado do governo há especulações e insinuações. Eu que leio as notícias já percebi que os governistas afirmam o que lhes convém, mas suas afirmações logo são desmentidas. Neste caso o desmentido vem em seguida - OK).

Ao mesmo tempo, a vice-ministra da saúde Taisa Moiseenko diz que Tymoshenko, no hospital novamente recusou-se à realização de exame médico inicial, no dia seguinte, pela manhã.

Ukrainska Pravda (verdade Ukrainiana), 22.04.2012
Tymoshenko foi devolvida à Colônia.

Durante a permanência dela no hospital, ali também permaneceram algumas dezenas de policiais. Sua permanência no hospital foi curta, durou apenas 1 (um) dia. Ela foi levada de volta à Colônia.

Segundo vice-ministra da Saúde Raisa Moiseenko, a decisão de devolver Tymoshenko para Colônia foi adotada depois que, no domingo de manhã ela, de novo, recusou-se ao exame médico. "Infelizmente, apesar de nossas repetidas ofertas, Y. Tymoshenko categoricamente rejeitou nosso tratamento. Em relação a isso, não tivemos possibilidade de continuar. Isso não são serviços de hotelaria", - disse Moiseenko.

O advogado Vlasenko, por várias vezes afirmou que Tymoshenko não estava aceitando o tratamento em Kharkiv. Ela não confia no tratamento de médicos que recebem ordens "de cima". Já Turchenov, vice-presidente do partido "Batkivshchyna" pensa que devolveram Tymoshenko à Colônia, porque estando no hospital ela não poderia estar presente às sessões de seu novo julgamento.


Fotos das lesões de Yulia Tymoshenko

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 27.04.2012

As fotos foram feitas pela ombudsman Nina Karpachova, ou seu comissário, os quais visitaram Tymoshenko com a diferença de um dia.
Eles garantem que as fotos são de quarta-feira, 25 de abril. Isto é - cinco dias após Tymoshenko ter sido transportada ao hospital, durante o qual, segundo ela, foram infligidas.

Karpachova também dissiminou estas fotografias entre os diplomatas da UE durante sua reunião, realizada no dia 27, na representação da UE em Kyiv.

Além disso Karpachova demonstrou aos diplomatas a perícia das lesões, feitas nas fotos. Ela fez isso após o serviço de imprensa do Partido das Regiões declarar: "Aos nossos olhos se desenrola mais um ato de provocação surpreendente contra Ukraina, para desacreditar a liderança de nosso país. Isto é uma boa produção dos mesmos mestres de intrigas políticas e especulações sujas: "da Senhora Tymoshenko e seu estado-maior".

Examinaram as fotos:

Selim V.S. (de 1973 a 2004 perito médico judicial, responsável pelo departamento de investigação de cadáveres do distrito de Kyiv do departamento de perícia médico-judicial), Sytnyk Y.V. (de 1989 a 2007 perito médico judicial, vice-diretor do departamento de perícia médico judicial da cidade de Kyiv, de trabalhos de peritagem) e chegaram à conclusão de que as manchas nos braços são resultado de ações de objetos duros. Elas foram causadas entre 4 e 6 dias até o momento da fixação das fotos. O local danificado na extremidade superior do membro esquerdo pode ter surgido no momento da apropriação com mão alheia. A mancha com congestão interna localizada na parte frontal da parede abdominal do lado direito também é resultado de ação de um objeto duro. Pela sua forma e outras particularidades é, especialmente, fidedigno ela ter surgido em decorrência de um forte golpe com o punho.

Entendendo melhor o ocorrido

Segundo artigo de Yulia Mostova, no jornal "Dzerkalo Tyzhnia" (Espelho da semana) Nº 16:

O que deveria ter feito o presidente, não importa quem ele é - um homem decente ou um hipocrita? Ele deveria anunciar que, dada a importância de acusações da Yulia Tymoshenko, o importante e fornecer informações verdadeiras à sociedade ukrainiana. Nesta questão de princípios, e a necessidade de fornecer dados objetivos para os nossos parceiros europeus e russos, o presidente pessoalmente assumiria o controle da investigação da situação, exigindo impecáveis procedimentos legais destinados para estabelecer a verdade. O exame (fotos das manchas no corpo da Tymoshenko) deveriam ter sido feitas na presença do advogado. Permissão para ver Tymoshenko para deputados-médicos de todos os partidos, que fizeram tal solicitação. O veredicto de todos constituiria a base para o resultado da investigação. Estabelecidos os fatos, o presidente, publicamente, explicaria o ocorrido. Os participantes do ocorrido iriam para julgamento. Não encontraram indícios de sevícia? Yanukovych acusaria Tymoshenko. O mundo civilizado ficaria feliz vendo a verdade estabelecida.

No entanto, Yanukovych não fez isso. Por quê? Sua conduta é totalmente óbvia. O governo decidiu, que o melhor meio para abafar a onda de informações dadas pela própria Tymoshenko e sua defesa seria a demonstração de um vídeo obscuro (imagens péssimas) feito na prisão de Kyiv, onde Tymoshenko esteve anteriormente. Neste vídeo, uma pessoa, que seria semelhante a Tymoshenko, e que na data do vídeo (15.12.2011) já tinha dificuldade de locomoção, anda livremente na cela, e, no final recebe a visita de um homem, que seria parecido com seu advogado. Os dois acabam se beijando. Entretanto, desviar a atenção dos acontecimentos da Colônia Kachanivska talvez esta informação fosse pouca, precisavam explosões... Isso é preciso - como as urnas que explodiram em Dnipropetrovsk!

E por que não permitiram a visita a Tymoshenko, de seu advogado na primeira solicitação? Pela lei ele tem esse direito a qualquer momento, não mencionado já o "dia sanitário" (dia de limpeza). Nesta Colônia, o dia sanitário é o último dia de cada mês. No dia 23 o mês não terminava. Tymoshenko aguardava o advogado para auxiliá-la escrever a declaração sobre o ocorrido. Na terça-feira o advogado também não pôde entrar pois o "dia sanitário" não havia terminado. Assim conseguiram não deixar que Tymoshenko fosse visitada até quarta-feira após o fatídico final de semana.

Enquanto o pessoal do sistema penitenciário diz que não usaram força, o próprio promotor de Kharkiv se desmente: "A pessoa arrumou-se, agasalhou-se, e depois deitou na cama e disse:"Eu não vou a nenhum lugar". De acordo com o Código Penal o Serviço Penitenciário pode influenciar fisicamente: tomaram em seus braços, levaram até o carro e conduziram ao hospital". No entanto eu lembro - que tratar-se ou não - é direito da Tymoshenko, não um dever. Ela não tem tuberculose. Caso tivesse essa doença contagiosa a violência pela recusa seria justificada.

Muitas pessoas admiram-se com a recusa da Tymoshenko ao tratamento, já que está tão doente. A resposta é simples, ela não confia nos médicos indicados pelo governo. Não gostaria de jogar sombra nos médicos do hospital da Estrada de Ferro, de Kharkiv - não há motivo. Mas há experiência - não apenas uma dezena de acusados e testemunhas em extremamente importantes questões, antes de sua morte, por último viram exatamente médicos. Aqui trata-se das testemunhas da explosão em Kryvorizhzhia (zh pronuncie j), do líder da "gangue dos lobisomens" Honcharov e dos bandidos de Bolotskykh (banda do Kushnir) que no aeroporto de Donetsk fuzilaram o deputado Shcherban...

Tymoshenko deu o nome do profissional no qual confia - Mykola Polishchuk, reconhecido neurocirurgião mundialmente conhecido. Não
permitiram.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik

YULIA MOSTRA HEMATOMAS








Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 20.04.2012

Lutsenko foi devolvido ao SISÓ porque foram embora os especialistas europeus.

O Tratamento de Lutsenko, no hospital, cessou assim que terminaram as audiências no Tribunal Europeu sobre os Direitos Humanos e especialistas internacionaiis deixaram Ukraina.

Lutsenko foi devolvido à penitenciária. "O governo sabe, que no Tribunal Europeu, há uma queixa dos defensores de Lutsenko referente ao artigo 3 da Convenção Européia da Proteção e Direitos da Pessoa e Liberdades Fundamentais quanto ao não fornecimento oportuno e adequado de cuidados médicos, o que iguala-se à desumanidade e humilhação da dignidade da pessoa" - disse a esposa.

Tyzhden (Semana), 23.04.2012

O ex-ministro de Assuntos do Interior afirmou que por meio ano esconderam dele o diagnóstico de "hepatite". Ele afirmou isso na sessão de hoje no Pecherskyi Tribunal.

Lutsenko mostrou a juíza Anna Medushevskyi a declaração do seu cartão de saúde com o resultado dos exames realizados em Kyiv, no hospital de Emergência.

"Eu quero lembrar-lhe, que a senhora juiza repetidas vezes rejeitou, junto com o juiz Vovk meus pedidos de tratamento. Agora eu tenho em minhas mãos o resultado ocultado, desde setembro do ano passado, da análise de sangue onde está escrito "hepatite viral TTV - é presente". Esta análise agora tenho e, honestamente, este resultado me mostraram no hospital", -disse ele.

De acordo com o ex-ministro, a re-análise em 11 de abril deste ano, confirmou a presença no meu sangue do vírus da hepatite B.

"Eu suspeito que a senhora é cúmplice em esconder minha doença, porque a sua decisão de não me tratar levou ao fato de que seis meses eu vivi com hepatite, e nenhum tratamento eu não recebi. Eu entendo, que na Ukraina a vingança política chegou ao ponto em que as pessoas não só prendem nas "gaiolas", mas também infectam com o vírus da hepatite e deixam apodrecer", - acrescentou Lutsenko.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik

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