domingo, 4 de setembro de 2011

ÚLTIMAS NOTÍCIAS - 04/09/2011

Lutsenko com cirrose
Ukrainska Pravda (A Verdade Ukrainiana) 01.09.2011


Lutsenko
A esposa teme pela vida de Lutsenko. No dia 30 de agosto foi realizado um exame médico, na prisão, pelos profissionais da Faculdade de Medicina "Bohomolets" e Ministério da Saúde. Foi constatado: cirrose hepática com hipertensão portal e ocorrência de varizes no esôfago.

Além disso, os especialistas concluíram que, na ausência de tratamento hospitalar adequado pode haver progressão da cirrose, desenvolvimento de complicações (sangramentos) e transformação em câncer.

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Yanukovych liberaria Lutsenko e prenderia Lytvyn?

Na Ukraina teria começado a implementação de "branqueamento" de V. Yanukovych, da repressão do principal oponente político Yulia Tymoshenko.

Segundo o jornal "UNIAN" o governo jamais desistirá da condenação a Tymoshenko. Mas, para reduzir o grau de críticas do Ocidente talvez decida "perdoar" Lutsenko, e colocar atrás das grades outra pessoa.

A visita de Yanukovych a Polônia demonstrou que o assunto em quaisquer relações com o Ocidente começará e terminará com um único tema [1]: julgamento da Tymoshenko.

Mas, na Bankova ninguém tenciona libertar Tymoshenko. Então estariam inventando uma estratégia para silenciar o importuno Ocidente.

Segundo se pressupõe Tymoshenko será condenada - Lutsenko declarado inocente ou, no máximo, cumprirá pena alternativa. Ainda mais, a situação está sendo favorável porque várias testemunhas depuseram a favor de Lutsenko.

Por outro lado, o executor de Gongadze (o jornalista que foi morto e cujo cadáver foi encontrado sem a cabeça) Oleksii Pukach, finalmente acusou os mandantes: Volodymyr Lytvyn (presidente do Parlamento), ex-presidente Leonid Kuchma e ex-Ministro Kravchenko ( aquele que conseguiu se suicidar com dois tiros de revólver na própria cabeça).

Dos três, Kravchenko está morto, o ex-presidente Kuchma foi julgado recentemente e declarado inocente. Resta Lytvyn, que poderá tornar-se "bode expiatório". Ou alguma outra pessoa do atual governo, o que acrescentaria créditos extras a Yanukovych perante a opinião ocidental. O governo, desta forma, obterá a melhor prova de autenticidade e justiça, pela solução do assunto que o seu antecessor não conseguiu resolver. Acusando alguém de suas fileiras, ao Ocidente restará aplaudir Yanukovych ou deixá-lo em paz com suas pretensões para autoritarismo, por um bom tempo.

A nós resta aguardar os acontecimentos.

[1] Polônia se diz amiga da Ukraina

Do Jornal "Vysokyi Zamok (Castelo Alto),1º.09.2011
Ivan Farion

Amigos devem falar com sinceridade, disse o presidente polonês, Sr. Komarovskyi: "As autoridades ukrainianas devem levar em conta que a publicidade negativa do caso Tymoshenko cria dificuldades para integração com a UE. A questão para o governo ucrainiano - encontrar uma saída para esta situação, para evitar a impressão de que este é um processo de vingança política. Eu espero, que na próxima vez nós poderemos tomar conhecimento, como o presidente da Ukraina, as autoridades ukrainianas, resolveram esse problema. Gostaria muito, para que as notícias fossem boas, que elas testemunhassem, que as dúvidas quanto a motivação política desse processo fossem dissipadas, não aumentadas..."

Enquanto isso...

O senador americano John McCain e o presidente do Partido Popular Europeu Wilfried Martens pediram às autoridades ukrainianas para libertar Tymoshenko da prisão. O apelo diz que nos últimos 20 anos o povo trabalhou duro para consolidar as liberdades democráticas e enraizamento de seu país em estruturas euro-atlânticas. Entretanto, hoje o governo da Ukraina aplica práticas que lembram ações do governo que reinava antes da independência.

Comentário de Oleksii Haran, professor de política da NaUKMA (Universidade Nacional da Kyivo-Mohylianska Academia):

"Bankova quer abafar o tema Tymoshenko e dizer que a prisão da ex-primeiro-ministra de nenhum modo afeta a integração com UE. Na verdade afeta. A UE está interessada em assinar o Acordo de Associação - também para não entregar Ukraina aos "abraços" da Rússia. No entanto, a UE não pode ignorar o que está acontecendo na Ukraina. FTA (zona de livre comércio) faz parte do Acordo de Associação, mas o acordo também prevê aspectos políticos - o Estado de Direito, o respeito pelas liberdades civis. Fechar os olhos para esses assuntos é impossível...

Yanukovych criou um impasse para si e para UE. Obviamente, lá vão aconselhar Yanukovych, como mínimo, libertar a líder da oposição. A condenação da Tymoshenko será recebida de modo negativo no Ocidente. Não é surpreendente que já iniciaram as conversações para adiar o Acordo de Associação para observar como desenvolver-se-ão nossos processos políticos. E, mesmo que o Acordo seja assinado, em seguida ele deve ser ratificado por cada país da UE. E eles monitorarão os passos das autoridades ukrainianas na esfera democrática.

O presidente polonês aconselhou Yanukovych como sair desta situação. Ele sempre se posicionou com simpatia ao atual presidente ukrainiano. Mas agora Polônia precisa conservar também a sua posição dentro da UE, porque o processo da Tymoshenko acontece durante sua presidência na UE. Se Polônia fechar os olhos para o que sucede na Ukraina, ela não será compreendida nem por boa parte de sua população
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Livro do Yanukovych - plágio em escala presidencial
Ukrainska Pravda (A verdade Ukrainiana), 03.09.2011
Serhii Leshchenko, Katerina Kapliuk

Já chegaram a Ukraina os primeiros exemplares do amplamente elogiado livro de Yanukovych "Opportunity Ukraine".

Depois de ler, apressadamente, as realizações literárias do presidente, "A Verdade Ukrainiana" chegou a uma conclusão chocante.

Revela-se, o livro de Yanukovych é plágio banal, onde com a assinatura do presidente publicaram-se não apenas idéias de outros, mas reproduzidos parágrafos inteiros de textos, os quais, primeiramente foram publicados com assinaturas de outras pessoas - desde o odioso jornalista Vyacheslav Pikhovshek até o aprisionado funcionário Vasyl Volha.


Memória de político é símbolo do topo de sua carreira. Os pensamentos expressos no papel - não são simplesmente meditação. Isto - é experiência que o político tenta transmitir às gerações futuras. Muito frequentemente os políticoos de peso não escrevem vários livros de memória, mas limitam-se a um só, o qual imediatamente torna-se um best seller.

O livro cujo autor é um político, um estadista - é como um monumento ao seu pedestal. Suas memórias escrevem todos mais ou menos significativos políticos mundiais. A maioria escreve após sua aposentadoria - e muitas vezes a literatura traz acréscimo extra de dinheiro.

No verão de 2011 tornou-se conhecido que Yanukovych escreveu o livro "Opportunity Ukraine", publicado em língua inglesa na Austria. E os honorários foram ao contrário: Yanukovych pagou pela impressão.

"Isto foi finalizado nas calmas noites na Criméia", disse Yanukovych.

"Eu comecei escrevê-lo ainda na oposição, terminei agora, durante minhas férias. Eu queria que este livro fosse lido, primeiramente, além das fronteiras ukrainianas. Portanto procurei um editor internacional. O livro foi publicado na língua inglesa. Penso que proximamente ele será publicado também em alemão, ukrainiano e russo" - contou Yanukovych à legenda oficial.

Na verdade, descobriu-se que o livro contém numerosas reimpressões de outros autores sem referência à fonte. Isso é um plágio típico que no Ocidente é punido não só com condenação moral, mas também por lei como uma violação dos direitos autorais.

"A Verdade Ukrainiana" traz vários trechos de textos plagiados em inglês, e o nome de seus autores: Anna Akhmetova (russa) - pág.25; Serhii Shvedko (ukrainiano); Roman Manyekum (ukrainiano) págs. 25 - 27; Vasyl Volha (ukrainiano) - págs. 49 - 50; Yanukovych e as armadilhas do Maydan [1], vários autores, inclusive Yurii Lutsenko (o que está preso) - págs. 82 -83; Presidente além fronteira. Viagem pelo sudeste asiático - pág. 249 - texto de Viachyslav Pikhovshek, jornalista ukrainiano, acompanhante presidencial.

(A título de comprovação, sem conhecimento da língua russa e inglesa, atrevo-me a traduzir para o português um pequeno texto plagiado do livro de Yanukovych, e que poderá ser encontrado em inglês no link abaixo - O.K.).
http://www.pravda.com.ua/articles/2011/09/2/6553198/

"Em 1890, nas bolsas de Londres e Paris era suficiente acrescentar ao nome de valorosos papéis os adjetivos "donetskyi" ou "dniprovskyi", e sua cotação voava para cima (...). Até meados de 1921 o "American Donbass", Donbass dos pioneiros-entusiastas da indústria serrana e metalurgica caiu no esquecimento histórico".

Os fatos revelados de plágio - não são apenas vergonha para o presidente, mas também violação da lei de direitos autorais, cometidos no território da Austria. Então, se alguém dos insultados denunciar Yanukovych ao tribunal local, isso poderá causar ao Presidente da Ukraina consequências graves.

Os louros do Prêmio Nobel de literatura de Winston Churchil não ameaçam Viktor Yanukovych - nem na política, nem no sentido criativo. Antes pelo contrário - o livro "Opportunity Ukraine" é uma extensão lógica da imagem já existente de V. Yanukovych como homem, que em sua juventude apropriava-se de objetos alheios, depois - residências alheias, e agora - pensamentos alheios.

[1] Maydan é praça. Em 2004, na Revolução Laranja o povo ocupou a praça central de Kyiv por vários dias (e sob a neve). Desde 26 de agosto de 1991 (dois dias após a Independência da Ukraina) está praça recebeu o nome de Maydan da Independência. Qualquer referência à Maydan é referência à Revolução Laranja.


A Revolução Laranja (a cor laranja era o símbolo) foi um movimento pacífico contra o resultado ostensivamente fraudado das eleições em que foi considerado vencedor o atual presidente Yanukovych. A Revolução Laranja conseguiu a realização de um terceiro turno, com efetivos observadores ocidentais. O vencedor foi Viktor Yushchenko que governou o país de 2004 a 2010.
Tradução: Oksana Kowaltschuk

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