domingo, 14 de agosto de 2011

DIGNIDADE CONTRA ARBITRARIEDADE

Dignidade contra arbitrariedade
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 25.07.2011
Viktor Andrusiv

 
Construímos novo país! Partido das Regiões. 


A dignidade da pessoa - é a quantidade indispensável de respeito por ela. É o respeito, com o qual a pessoa é dotada desde o nascimento e preserva-se com ela por toda a vida, e até, depois da morte.

Após os horrores da Segunda Guera Mundial a dignidade tornou-se um valor fundamental do direito internacional  e do mundo ocidental. Os documentos internacionais fundamentais tais como a Declaração dos Direitos Humanos, a Carta das Nações Unidas, as Constituições dos principais países - um dos principais princípios é construir os alicerces à dignidade humana.

A defesa da dignidade - uma das principais tarefas da justiça. Sem garantias de respeito à pessoa não podem desenvolver-se as relações de igualdade de direitos, as pessoas continuamente humilharão um ao outro, e nesta base desenvolver-se-ão permanentes conflitos.

O respeito pela dignidade, é quando não importa a riqueza, origem, posição, ponto de vista, que pelo dano causado o ofensor responda na justiça, o policial seja respeitoso, que o órgão do governo responda à nossa pergunta, que o político realize as suas promessas, que o motorista pare na passagem para pedestres. Enfim, descansando de noite num café, você não fique ansioso pela possibilidade de apanhar e ser arrastado pelo chão (aqui o autor refere-se ao fato recente, quando um deputado provincial, filho de um deputado federal, bateu numa moça e arrastou-a pelo chão, segurando-a pelos cabelos, porque ela recusou um convite íntimo, e que teria sido feito grosseiramente. - O.K.)
O inimigo da dignidade é arbitrariedade.

Arbitrariedade - é desrespeito, é a escolha independente a quem respeitar ou desrespeitar. É a maneira individual de estabelecer, o que é certo e o que não é.

A arbitrariedade sempre leva ao escárnio e opressão. Destina-se à humilhação.

Arbitrariedade - é quando você não pode caminhar pela calçada, porque ela está atravancada com carros de luxo, é quando o policial bate em você pelo seu dinheiro, é quando você pode ser atropelado na passagem para pedestres e o responsável esquivar-se da punição. Finalmente, quando você é agarrado pelos cabelos e arrastado pelo restaurante.

A arbitrariedade sempre conduz a conflitos.

No entanto, a arbitrariedade também pode ser fonte de direito. É o direito para os escolhidos fazer o que eles querem, e o dever de todos os outros, aceitar. Arbitrariedade - é direito dos senhores feudais e regimes autocráticos. O senhor feudal, ou lider, sabe o que é certo, o que não é, quem deve ser punido, quem perdoado.

Arbitrariedade - é a forma, contra a qual lutam pessoas dignas em todas as épocas e em todas as nações.

Então o que é fonte de direito na Ukraina: dignidade ou arbitrariedade?

A Constituição ukrainiana no espírito dos valores ocidentais também contém referências à dignidade no artigo 28. Mas as regras e a realidade - são duas grandes diferenças. Os fatos mostram melhor que as palavras.

É respeitada a dignidade dos cidadãos ukrainianos quando:

- o presidente do país desce à manipulação barata para mandar construir para si uma estrada especial, portas de cedro do Líbano, banheiro em sua residência com acabamento de 350 mil euros, novo helicóptero e avião a jato adquiridos em negociatas, através do paraíso fiscal nas Ilhas Virgens Britânicas, bem como o terreno de 136 hectares onde estão sendo construídos, além de sua luxuosa residência, vários anexos para deleite e divesão de seus convidados, e seu filho perambulando bêbado em plena luz do dia?

- deputados escondem suas declarações de renda, deliciam-se com automóveis caríssimos, e rebaixam-se ao nível de receber ajuda financeira?

- juízes e procuradores, como se fossem respeitáveis criminalistas, divertem-se em bares e restaurantes, cantarolando canções sobre criminalidade?

- e o pior, quando os filhos da "elite" começam matar e abusar de ukrainianos comuns?

Onde está o respeito à dignidade? Isto é arbitrariedade. Isto é desrespeito.

Referindo-se às reformas e seu futuro brilhant à integração européia, os políticos ukrainianos escondem seus verdadeiros valores, cujo espelho são suas crianças. Homicídios nas estradas, espancamentos, esquivar-se das responsabilidades - tudo isso está no espírito daqueles que representam o povo ukrainiano.

Os "majores" (seria o que nós chamaríamos de plau-boy, porém com características criminosas reforçadas. - O.K.) ukrainianos "dignos" de seus pais, os quais promovem caçadas às pessoas, envolvem-se em pedofilia, batem nos policiais rodoviários.

No entanto, não temos aqui nada de novo.

Nós, diariamente, com raiva observamos como nos humilham. E tudo o que nós pudemos fazer até agora - é desesperadamente dar um soco na mesa.

E, já pela manhã, nós penetramos por entre emaranhado de automóveis caros, situados na calçada. Nós atravessamos correndo a faixa de pedestres para não sermos atropelados por algum "major". Nós, sempre começamos contornar cada vez maiores áreas de prédios ilegais nas nossas praças e gramados. E, de noite, silenciosamente vamos observar, como algum "major" surra uma moça e arrasta-a pelo cabelo, esperando que tal destino não nós alcaçará.

Nós fomos privados de dignidade.

Nos transformaram em servos, que silenciosamente devem observar o entretenimento dos senhores feudais.

Arbitrariedade - fonte da lei ukrainiana.

Mas assim não será, porque somos pessoas dignas. E, reconciliar-se com a arbitrariedade - é destruir a si mesmo, é viver sem direito ao seu próprio futuro. De agora em diante, cada ukrainiano pode assistir ao vídeo com Roman Landik (o deputado provincial, filho de deputado federal, que surrou a moça) e fazer a si próprio três perguntas:

1. O que eu poderei fazer, quando isto acontecer comigo ou com minha família?

2. A quem me dirigir, se eu for vítima da arbitrariedade: milícia, procuradoria, justiça?

3. Como colocar um fim à arbitrariedade e criar um futuro seguro?

Essas perguntas - já são o primeiro passo. Pensar - é não concordar, não reconhecer aquilo no qual nós vivemos.

E, a isto deve suceder a próxima etapa - a ação. Temos de agir para restaurar a nossa dignidade. Somente o respeito a cada pessoa criará a única lei para todos.

No entanto, nossas ações - não são resposta arbitrária para arbitrariedade, este seria o caminho do caos, irresponsabilidade e destruição.

Nosso objetivo - forçar os infratores ao cumprimento da lei.

Punir um "major" - é assustar uma centena. Punir um político - é fazer pensar centenas. Nós devemos alcançar que as leis, que nos obrigam seguir - também sejam seguidas por quem as cria.

E, eis como poderemos fazê-lo.

1. Criar grupos de rápida reação. Nós vivemos na época da comunicação. Agora podemos facilmente travar conhecimento e ajudar uns aos outros. Vamos criar grupos em redes sociais e nelas vamos coordenar ações conjuntas para o caso de sofrermos arbitrariedade. Se o grupo contiver 100 pessoas - o  crime não poderá ser silenciado.

2. Compartilhar contatos. Compartilhemos os contatos entre nós. Ninguém possui seguro contra arbitrariedade, mas, tendo conhecimento sobre o acontecimento, nós não permitiremos a oclusão, a deturpação, o suborno, o obscurecimento. Se alguém torna-se vítima da arbitrariedade - é suficiente informar aos membros do seu grupo, e esse fato terá publicidade imediata.

3. Agir. Nós podemos proteger uns aos outros. Colaborando com 5-10 UHA (moeda local), poderemos contratar advogados decentes, os quais vão adequadamente defender a vítima. Nós poderemos fazer 100 chamadas telefônicas ao serviço da milícia, impedindo suas falsificações. Podemos colocar o fato sobre arbitrariedade na internet de modo que o Google publique a sua primeira solicitação para os nomes do "major" ou seu pai. Finalmente, em casos extremos, nós podemos ir às ruas e proteger a vítima com ações de protesto.

4. Eleições. Cada 4-5 anos os nossos políticos se tornam fracos. Eles se preocupam pelos nossos votos, mentem uns sobre outros e nos enganam. Eles se afligem pela própria imagem e não comentam que gostam de uma bebida em pleno dia.

E esta é a nossa possibilidade. Nós não devemos esquecer os crimes da arbitrariedade. Nós criaremos um banco de dados de políticos e "majores", que cometeram arbitrariedades e esquivaram-se de responsabilidades. Nas eleições nós procuraremos transmitir a cada cidadão a verdadeira essência de cada político ukrainiano.
O eleitor deve saber que ao votar, ele escolhe não apenas o novo governo, mas também os novos espancamentos nos restaurantes e assissanatos nas calçadas.
Nós não precisamos organizar nada, escolher líderes, fazer revolução. Nós temos o suficiente para alcançar a punição pública de alguns patifes, para ensiná-los a respeitar os outros.
A luta com arbitrariedade - isso já não é escolha: lutar ou não. É uma necessidade objetiva para sobreviver.
Mudar a realidade. Recuperar nossa dignidade. Construir uma sociedade de pessoas dignas e adequado sistema jurídico.
P.S. Você ainda duvida? Pensa, que isso não lhe importa? Ligue o vídeo de Roman Landik e reflita quem é preciso ser, para tão inconscientemente escarnecer da menina.
E não esqueça - essa pessoa representa os interesses da nação no Conselho da província. E seu pai no Parlamento.
Que futuro nós espera?...
Viktor Andrusiv, candidato de Ciências Políticas, especialmente para "Verdade Ukrainiana".

Caro Leitor:

Veja a que ponto chega o abuso de poder na Ucrânia! O sujeito, filho de algum "poderoso", pode tudo. Ninguém reaje, todos se acovardam !!! (O Cossaco).
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik
Vídeo: Roman Landik

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